Após as eleições, o cenário político na Bahia começa a se moldar para 2026. A interferência do governo estadual influenciou resultados em diversas localidades, como em Camaçari, no Recôncavo baiano. Prefeitos, temendo retaliações, mudaram de partido para se alinhar à base governista, como ocorreu em Guanambi. Esse movimento não se restringiu a grandes cidades; muitos municípios pequenos também adotaram essa estratégia.
Nesta eleição, vários candidatos se filiaram a partidos como Avante, PSD e MDB, acreditando que isso garantiria uma certa neutralidade em relação ao governo. Contudo, muitos desses políticos podem não permanecer fiéis à base governista até 2026, já que trocaram de partido apenas para conseguir se eleger. A dinâmica entre as prefeituras e o governo estadual é desigual, e poucos conseguiram romper essa bolha.
Apesar do desgaste político e da baixa popularidade do governo da Bahia, a aliança entre partidos aliados ainda conseguiu formar uma maioria. No entanto, há dúvidas sobre a permanência dessa união até o fim do mandato. O senador Otto Alencar (PSD) busca mais espaço e aguarda um ministério prometido em Brasília, enquanto Geddel Vieira Lima (MDB) enfrenta uma derrota significativa em Salvador e também busca mais influência na base governista.
O PL de João Roma e Bolsonaro teve dificuldades nas eleições municipais, mas aumentou sua presença nas câmaras de vereadores. A Bahia continua polarizada entre PT e União Brasil, dificultando a ascensão de outros partidos. O União Brasil, liderado pelo ex-prefeito ACM Neto, promete chegar forte nas próximas eleições, já que governa cidades estratégicas como Salvador e Feira de Santana.
O governador Jerônimo Rodrigues manteve sua base em municípios menores, onde a dependência do governo estadual é maior. No entanto, levar melhorias à população em áreas como saúde e educação não garante aprovação significativa. Muitas vezes, os candidatos são avaliados mais pelas promessas feitas durante as campanhas do que pelos trabalhos realizados ao longo dos quatro anos.
A consciência eleitoral ainda é um desafio para muitos eleitores. É essencial que se analise o desempenho dos políticos durante seus mandatos antes de decidir o voto. Perguntas como "quem realmente traz melhorias ao meu município?" são fundamentais para uma escolha consciente.
O futuro do nosso estado e país está em nossas mãos. A política não deve ser encarada como uma simples escolha de time de futebol; ela impacta diretamente nossa qualidade de vida e a de nossas famílias. A responsabilidade pela mudança começa com cada um de nós.
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