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Salvador perdeu 257 mil moradores

 




As primeiras informações populacionais do Censo 2022, divulgadas nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram uma expressiva queda no número de residentes em Salvador. A capital baiana perdeu 9,6% de seus moradores na comparação com os dados da última operação censitária realizada em 2010. Dessa forma, a cidade caiu duas posições entre as mais populosas do país, saindo da 3ª para a 5ª posição: foi superada por Brasília e Fortaleza.

Salvador tem 257.651 residentes a menos do que tinha há 12 anos, o que coloca a cidade na liderança da lista das maiores reduções em dados absolutos. É mais que o dobro do Rio de Janeiro, que figura na segunda posição. No entanto, a redução de 109.023 residentes na capital fluminense representa uma queda de apenas 1,7%.

Na lista das 20 cidades mais populosas do país, apenas uma teve um percentual de queda superior à Salvador: São Gonçalo (RJ), uma das três que não são capitais e figuram na relação. Distante cerca de 35 quilômetros do Rio de Janeiro, ela viu sua população encolher 10,3% e caiu da 16ª para a 18ª posição.


O Brasil costuma realizar o Censo Demográfico de dez em dez anos. O objetivo é oferecer um retrato da população e das condições domiciliares no país. As informações obtidas subsidiam a elaboração de políticas públicas e decisões relacionadas com a alocação de recursos financeiros. O Censo 2022 deveria ter sido realizado em 2020, mas foi adiado duas vezes: primeiro, devido à pandemia de covid-19 e depois por questões orçamentárias.
A operação censitária teve início em junho do ano passado. Com diversos atrasos, devido a dificuldades para concluir as visitas domiciliares em todos os 5.570 municípios do país, a coleta dos dados se encerrou apenas em fevereiro desse ano. Conforme os primeiros dados divulgados, a população brasileira teve um salto de 12,3 milhões nos últimos 12 anos, alcançando um total de 203 milhões.
Concentrações Urbanas

Além do levantamento populacional das capitais, o IBGE também apresentou números relacionados a concentrações urbanas, que podem ser um único município com mais de 100 mil habitantes ou um conjunto de municípios que somam mais de 100 mil habitantes e possuem integração populacional entre si. Essa integração pode ser identificada pelo encontro das áreas urbanizadas ou pelo deslocamento dos moradores com objetivo de trabalho e estudo.

No caso das capitais, os dados das concentrações urbanas fornecem novos ângulos para análise da variação populacional. Belo Horizonte, por exemplo, registrou uma queda de 2,5% no número de habitantes. No entanto, a concentração urbana de Belo Horizonte, que inclui cidades vizinhas, teve um aumento de 4,4% em sua população. Quase todos os municípios do entorno da capital mineira registraram um crescimento na quantidade de moradores, com altas mais expressivas, por exemplo, em Nova Lima e em Ribeirão das Neves.

Situação similar é observada em Curitiba. Embora tenha ocorrido um leve aumento de 1,2% na população da capital paranaense, o incremento foi mais significativo nas cidades do entorno, gerando uma alta populacional de 10,3% na concentração urbana. No Rio de Janeiro, no entanto, a maioria dos municípios vizinhos registraram situação mais próxima do observado na capital, variando entre um aumento discreto e uma queda discreta.

“Não dá para entender a dinâmica demográfica de uma concentração urbana olhando os municípios isoladamente. É preciso um olhar para o conjunto, para entender a dinâmica demográfica que está acontecendo ali naquele espaço urbano”, pontua o coordenador técnico do Censo 2022, Luciano Duarte.

Edição: Marcelo Brandão

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