Também denominados de leiomiomas ou fibromas, os miomas uterinos são tumores – em sua maioria – benignos, mas que podem levar à infertilidade. Formados por tecidos musculares e fibrosos, eles podem ser microscópicos ou muito grandes (chegando ao tamanho de uma bola de basquete).
Ao longo da idade reprodutiva é comum que eles cresçam. Já na menopausa, o processo é inverso, eles diminuem de tamanho, por causa da queda nos níveis de estrogênio e progesterona.
Muitas vezes, os miomas uterinos não geram sintomas, daí o porquê de muitas vezes não serem diagnosticados por longos períodos. “Eles costumam ser achados incidentalmente, em meio a exames de rotina”, explica dra. Sofia Andrade, médica especializada em reprodução humana. “Quando sintomáticos, os miomas podem provocar aumento do fluxo e da duração da menstruação”, acrescenta a médica. Outros sintomas possíveis são ciclos menstruais irregulares e intensos, cólicas intensas, massas pélvicas, dores pélvicas e abdominais, distúrbios urinários e, logicamente, infertilidade.
Ainda segundo dra. Sofia Andrade, no quesito prevalência, os miomas uterinos são mais incidentes em pacientes que possuem histórico familiar de miomas, estão acima do peso, que tiveram menarca precoce, que ainda não tiveram filhos, consomem cafeína e álcool em excesso, têm uma dieta rica em carne vermelha, dentre outros fatores. “Não é possível prevenir o aparecimento de miomas uterinos. A única forma de evitar complicações é com o acompanhamento ginecológico periódico. Em relação ao tratamento, ele é necessário apenas quando o mioma causa algum problema de saúde”, ressalta a médica.
Um estudo publicado na Fertility and Sterility considerou as taxas de gestação clínica, de abortamentos espontâneos, de implantação e de prematuridade, assim como o número de nascidos vivos, em mulheres com e sem miomas, e concluiu que miomas submucosos afetam diretamente a fertilidade, assim como diminuem as taxas de implantação em tratamentos de reprodução assistida, devendo ser tratados por meio da miomectomia; miomas subserosos, por outro lado, não impactam na fertilidade, tampouco a cirurgia para removê-los traz quaisquer benefícios do ponto de vista reprodutivo; e miomas intramurais parecem ter uma relação com a diminuição da fertilidade, principalmente se tiverem um diâmetro maior que 2,8 cm, mas o resultado da miomectomia é considerado incerto, sendo necessários mais estudos.
“A investigação da infertilidade não deve parar por aí. É preciso analisar se não existem outros fatores ligados ao problema, pois os tumores podem ser um contribuinte, mas não, necessariamente, o principal agente causal”, detalha Dra. Sofia Andrade. “O impacto dos miomas uterinos sobre a fertilidade varia de acordo com o tipo de mioma (tamanho, localização e quantidade). Se prejudicial, aconselha-se a remoção profilática. As demais opções terapêuticas não são a melhor indicação para quem quer engravidar”, conclui a médica especializada em reprodução humana.
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