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Gigantes se unem para preservar 4 milhões de hectares de mata nativa

 




A criação de uma empresa totalmente dedicada às atividades de restauração, conservação e preservação de florestas no Brasil acaba de ser anunciada por um grupo empresarial que reúne as gigantes Suzano, Itaú Unibanco, Marfrig, Rabobank, Santander e Vale.


O objetivo é atingir, durante os próximos 20 anos, uma área total restaurada e protegida de 4 milhões de hectares de matas nativas em diferentes biomas brasileiros, como Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. A área equivale ao território da Suíça ou do estado do Rio de Janeiro.

Denominada Biomas, a nova empresa nasce com planos de restaurar 2 milhões de hectares de áreas degradadas, a partir do plantio de aproximadamente 2 bilhões de árvores nativas. Também conservará 2 milhões de hectares, meta factível para quem pode contar com o aporte inicial de R$ 20 milhões de cada sócia.


Estima-se que a Biomas contribua para a proteção de mais de 4.000 espécies de animais e plantas. A primeira etapa do plano prevê a identificação e prospecção de áreas, fomento a viveiros para produção em escala de árvores nativas, engajamento de comunidades locais nas atividades da empresa e a implementação de projetos pilotos.


A conservação florestal é um dos eixos para a economia de baixo carbono. O novo investimento chega em boa hora e pode ser saudado tanto pela relevância do projeto em si, quanto pelo significado perante os mercados interno e externo. Só não nos permite esquecer os danos acumulados pelo desmatamento e o impacto da monocultura do eucalipto, certificado ou não.

O cultivo dessa espécie visa fins comerciais: a madeira produzida vai diretamente para a indústria de móveis ou para fabricação de papel, por exemplo. Extensas áreas dedicadas à monocultura do eucalipto reduzem a biodiversidade e o tipo de manejo das árvores modifica o solo, dificultando que posteriormente a floresta nativa seja restaurada no mesmo terreno.

Esse processo de degradação da floresta chamou a atenção do historiador norte-americano Warren Dean, brasilianista autor do livro With Broadax and Firebrand: the destruction of the brazilian Atlantic Forest, publicado originalmente em 1995. O texto logo foi traduzido para o português (com primeira impressão em 1996) sob o título A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira.

O autor mostra que durante cinco séculos, desde 1500, cada novo ciclo econômico de desenvolvimento brasileiro significou mais um passo na destruição da Mata Atlântica. As observações feitas por Dean permanecem atualizadas: somente no primeiro semestre de 2022, a Mata Atlântica registrou perda de mais 21.302 hectares de floresta, informa o Sistema de Alertas de Desmatamento, consolidado no MapBiomas. Os dados deste último relatório não poderiam ser mais desconcertantes: Bahia e Minas Gerais foram os estados que mais desmataram.



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