A Região Oeste da Bahia tem sido alvo constante do paraquedismo político, fato que acontece com maior ou menor intensidade em qualquer região produtiva do estado. Essa pesca por um punhado de votos estaduais ou federais é corriqueira. Ou seja, candidato que não fará nada pela região, muito menos uma reles visita, acaba recebendo adesões inusitadas. Fruto de amizades remuneradas ou não.
Porém, quando acontecem incentivados por figuras políticas de inegável poder, como um filho político de um presidente, cuja esteira de expressão se torna avassaladora, não se trata mais de pesca de anzol, nem menos de rede mas sim de um inegável arrastão.
Eduardo Bolsonaro, em total desconsideração pelo Comandante Rangel, representante da região com legítimos serviços prestados e inegável representatividade política, detentor de mais de quinhentos mil votos, ser literalmente desprestigiado onde exerce uma visual liderança no atual pleito. Eduardo já tentou impor Aleluia, não deu certo, agora vem de André Porciúncula, que a bem da verdade é a composição “bolsonarista” que propõe seu nome para o posto de deputado federal, João Roma para o governo e Dra. Raissa para o senado.
Essa composição irá funcionar em inúmeros municípios baianos, todavia Eduardo precisa considerar que expressivas lideranças regionais necessitam ser no mínimo respeitadas. Afinal, quem conhece nessa região André Porciuncula? Não que o mesmo seja inexpressivo, no meu entender um nome muito bem escolhido, todavia nessa região e em muitos outros setores da Bahia, Rangel é infinitamente a mais relevante.
Enfim, politica se faz com estratégia e sem tentar confundir o eleitor do mesmo grupo. Precisa ser maleável e considerar o potencial de votos que cada candidato detém em sua região de origem.
Eduardo e Porciúncula, com formação militar poderiam por exemplo, utilizar suas formações e habilidades acadêmicas em prol da segurança pública que é item mais necessário no estado mais violento da federação, eles podem ir adiante com essa imposição, mas no meu humilde entender estão cometendo a antipolítica.
Guto de Paula
Redator da Central São Francisco de Comunicação