Um teste abrangente nos sistemas de totalização de votos, realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e iniciado, detectou cerca de 200 falhas nos softwares que serão usados nas eleições de outubro deste ano. O número foi informado num balanço parcial divulgado pela própria Corte e corresponde à quantidade de problemas encontrados até quinta-feira (23) e é possível que seja maior, uma vez que o teste terminou nesta sexta-feira (24).
Em nota enviada após a publicação desta reportagem, o TSE informou que o objetivo é justamente encontrar “bugs”, de modo que sejam corrigidos a tempo. De acordo com técnicos que atuaram no teste, "os resultados foram concluídos com sucesso, uma vez que diversos pontos de melhorias foram imediatamente identificados e implementados". O balanço final ainda não foi divulgado.
"Importante lembrar que os sistemas que serão usados nas Eleições 2022 ainda estão em desenvolvimento. Assim, qualquer melhoria, aperfeiçoamento ou alteração pode ser feita e acompanhada pelas entidades fiscalizadoras elencadas na Resolução 23.673/2021 até a cerimônia de assinatura digital e lacração dos sistemas, realizada 20 dias antes do primeiro turno e em que participam partidos políticos, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Ministério Público", diz o TSE na nota. Em julho, os sistemas passarão por outra checagem, mais ampla.
O teste atual foi realizado na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), em Curitiba, e teve duração de cinco dias. Envolveu mais de 100 servidores e funcionários terceirizados da Justiça Eleitoral e buscou reproduzir vários cenários de uma eleição real.
Além do sistema de totalização, foram testados o sistema de divulgação de candidaturas (no qual o TSE publica dados de todos os candidatos), as versões dos programas usados nas urnas no primeiro e no segundo turno, e as ferramentas usadas para fazer auditoria da votação.
Também foram testados sistemas usados nos julgamentos, nos que fazem os registros de candidaturas, que computam votos em trânsito e que processam justificativas e faltas.
A ideia do teste foi verificar como esses diferentes sistemas interagem entre si. Foram testados vários cenários e só após a correção dos erros será possibilitada a lacração dos sistemas. Antes disso, em julho, a checagem dessa correção abrangerá todos os 27 TREs.
Desde o ano passado, o TSE tem se esforçado para demonstrar o correto funcionamento das urnas eletrônicas, especialmente após dúvidas lançadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a integridade do sistema e após a rejeição do voto impresso pelo Congresso.
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