Estudo afirma que os efeitos adversos são considerados extremamente raros
No final de janeiro, surgiram as primeiras suspeitas de que a vacina da AstraZeneca poderia estar relacionada a casos raros de formação de coágulos sanguíneos. Os coágulos sanguíneos são uma resposta fisiológica natural do organismo humano, que auxiliam no controle de um sangramento ou hemorragia.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) se pronunciou sobre os efeitos colaterais da vacina, afirmando que a combinação relatada de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas é muito rara. A EMA reforçou que os benefícios gerais da vacina na prevenção de Covid-19 superam os riscos de efeitos colaterais.
Em abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também publicou um comunicado afirmando que um novo tipo de evento adverso denominado Trombose com Síndrome de Trombocitopenia (TTS), envolvendo eventos de coagulação sanguínea incomuns e graves associados a contagens de plaquetas baixas, foi relatado após a vacinação com a AstraZeneca.
O que explica a formação dos coágulos raros
Cientistas podem ter encontrado o fator decisivo para a formação de coágulos sanguíneos raros após a vacinação com a AstraZeneca. Um estudo, conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos, revelou que uma proteína presente no sangue pode ser atraída por um dos componentes do imunizante.
Como resultado, a reação que envolve o sistema imunológico pode levar ao desenvolvimento dos coágulos. O estudo foi publicado no periódico Science Advances na quarta-feira (1º).
Os efeitos colaterais extremamente raros surgiram durante as campanhas de vacinação massivas pelo mundo, não sendo observados em estudos de fase 3 que acontecem durante o desenvolvimento das vacinas.
Esses efeitos adversos raros incluem a Trombose com Síndrome de Trombocitopenia (TTS), uma condição rara semelhante à trombocitopenia induzida por heparina (HIT), uma complicação grave da terapia anticoagulante com heparina associada à formação dos coágulos.
O estudo mostrou que os adenovírus utilizados como vetores na vacina da AstraZeneca se ligam a uma proteína chamada fator plaquetário 4 (PF4), que associada ao desenvolvimento da trombocitopenia induzida por heparina.
A pesquisa utilizou modelos computacionais para determinar a estrutura do adenovírus e demonstrar o mecanismo de interação a proteína PF4, que foi confirmado experimentalmente por um tipo de ressonância.
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