Desde o início da pandemia de Covid-19 os cientistas têm se aprofundado cada vez mais para saber como a doença atinge o organismo, mas já sabem que os órgãos respiratórios são os mais afetados por ela. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quem tem doenças pulmonares preexistentes ou crônicas, como bronquite ou asma, faz parte das pessoas mais vulneráveis ao novo coronavírus.
Para o médico Roberto Debski, clínico-geral e diretor da Clínica Ser Integral, em Santos (SP), e que atua também na linha de frente em pronto-socorro contra a Covid-19, a relação entre ela e as doenças respiratórias pode ser fatal. “A Covid-19 é uma gripe que causa uma grande inflamação. Se a pessoa já tem bronquite, enfisema, doenças pulmonares agudas, como câncer de pulmão, esse órgão tem menos capacidade de responder e a situação pode se agravar mais. Para quem tem asma ou alergias crônicas, toda a predisposição anterior também vai ser potencializada”, adverte.
Ele explica que o pulmão tem uma grande relevância na manutenção do corpo humano. “Ele é fundamental, pois realiza as trocas gasosas de oxigênio do nosso organismo aproveitando o oxigênio por meio da circulação e sem oxigênio não há vida. Quando recebemos pacientes crônicos, idosos que já têm comorbidades e tabagistas, eles já chegam com medo, pois sabem que esses fatores podem agravar a Covid-19.
Muitas vezes, observamos que a dificuldade de recuperação desses pacientes é maior.”
Além de causas hereditárias que podem influenciar no surgimento de algumas dessas doenças, há outros motivos que também contribuem. “A fibrose pulmonar, que tem origem genética, o tabagismo – e você pode incluir também o uso do narguilé, que é extremante prejudicial –, a exposição a elementos químicos e à poluição são fatores externos que agridem o pulmão”, alerta.
Cuide-se
Para tratar de doenças respiratórias crônicas, o médico recomenda, além de medicamentos específicos, uma dieta adequada e natação ou qualquer outra atividade física que aumente a capacidade respiratória. “É importante que haja um controle terapêutico. O médico tem que ser consultado para reavaliar o paciente e pedir exames para saber se precisa ajustar os medicamentos receitados. Quem tem uma doença crônica deve seguir a programação médica para manter a doença controlada. Às vezes, a pessoa diz que está se sentindo bem e o problema não está sendo visto”, observa.
Para quem quer melhorar o cuidado com os pulmões e da saúde como um todo, Debski orienta a busca de ajuda profissional. “Procure o seu médico e faça uma avaliação. Siga as orientações de uma nutricionista para mudar a alimentação e para iniciar a mudança de estilo de vida, com repouso adequado e atividade física regular. Tudo isso vai trazer uma promoção da sua saúde e ajudar na prevenção de doenças”, analisa.
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